sexta-feira, 16 de junho de 2017

Literatura: Frankenstein (Mary Shelley)


            Depois de anos de pesquisa e experimentos, acho que estamos no caminho certo. Hoje a noite faremos a experiência que poderá mudar o rumo de nossas vidas e da humanidade. A cobaia perfeita já está na maca, todas as máquinas estão ligadas e está tudo pronto para começarmos o processo. Prepare um Café porque a noite vai ser longa. Pronto?
            5...4...3...2...1... IT’S ALIVEEE!!!
           



“Nada é mais doloroso para a mente humana, após os sentimentos serem instigados por uma sucessão rápida de acontecimentos, que a calma mortal da inação e a certeza que se segue e priva a alma tanto da esperança quanto do medo. Justine morreu, descansou, e eu estava vivo. O sangue fluía livre em minhas veias, mas o peso do desespero e remorso pressionava meu coração, e nada poderia removê-los. O sono fugia dos meus olhos; vagava como um espírito do mal, pois cometera atos extremamente injuriosos e mais, muito mais (convenci-me) ainda estava por vir. No entanto, meu coração transbordava de bondade e amor pela virtude. Começara a vida com intenções benevolentes e ansiava pelo momento em que pudesse colocá-las em prática, tornando-me útil para os seres humanos. Agora tudo foi arruinado; em vez da serenidade de consciência que me permitia olhar para o passado com satisfação intima e daí reunir promessas de novas esperanças, fui apanhado pelo remorso e pela sensação de culpa que me conduziram rapidamente para um inferno de torturas tão intensas que nenhuma língua seria capaz de descrever. ”


Título original: Frankenstein
Autor: Mary Shelley
Ano: 1818
Editora: Darkside books
Páginas: 300
Robert Walton é o capitão de um navio que tem como destino o polo norte. Empolgado com a viagem e acreditando que tudo será um grande sucesso, ele parte nessa jornada que poucas pessoas tiveram coragem de fazer. Ao se aproximar das terras geladas, porém, o barco fica cercado pelo gelo e não consegue prosseguir viagem, sendo que, enquanto esperam o gelo derreter para prosseguir a viagem, a tripulação acaba encontrando e socorrendo um homem que estava perdido na região. Após esse homem, Victor Frankenstein, se recuperar, ele conta a Walton um pouco de sua história e sobre a criatura que ele estava perseguindo até momentos antes de ser salvo pelo capitão e sua tripulação.

Lugares inexplorados

Antes de tudo é bom esclarecer uma coisa. Alguns já devem saber, mas sei que muita gente faz confusão. Por mais que a gente conheça a criatura da história como Frankenstein, esse não é o nome dela. Frankenstein é o sobrenome do cientista, em nenhum momento a criatura recebe um nome. Então sempre que falar sobre Frankenstein, estarei me referindo ao cientista e não ao monstro. Dito isso, vamos lá.
Todo o livro é narrado em primeira pessoa, mas durante leitura vamos ter mudanças de narrador. Grande parte da história será apresentada pelo ponto de vista do Victor Frankenstein, porém também vamos acompanhar o capitão Walton e, claro, a criatura.
Os primeiros capítulos são escritos em formato de cartas, nas quais o capitão Robert Walton vai mandando notícias para sua irmã que está em Londres. Ele vai contar desde a sua saída da cidade, passando pela busca de tripulação, até o encontro com Frankenstein já no polo norte. Nessas cartas também vamos conhecer um pouco de suas motivações e porque ele está indo nessa peculiar jornada.
A história, de fato, começa quando Victor assume a narrativa. A princípio, ele faz um breve panorama tanto sobre sua vida quanto sobre a sua família e não tem porque entrar em detalhes aqui, mas vamos entender melhor quem ele é e como foi todo o processo até se tornar um cientista, revelando também de onde surgiu a motivação para iniciar sua busca pela origem da vida e, finalmente, o experimento que despertou o corpo da criatura.
Toda a trama vai girar em torno do conflito desses dois personagens, o cientista e sua criação. De um lado, Victor fica assustado com sua experiência e a abandona. Sem saber das consequências que aquilo teria, ele entra em um dilema interno sobre os seus atos e sobre todo o caos que aquilo pode desencadear. Por outro lado, a criatura passa por um processo de conhecimento, dele próprio e da sociedade em que ele foi criado, tendo que lidar com a negação do seu criador.

As partes de um monstro

            Frankenstein, apesar de ter uma história bem bacana, acaba a deixando em segundo plano. O livro é praticamente um estudo de personagens, cada um deles vai ter suas próprias questões morais e construções de personalidades, desenvolvendo bem as discussões sobre a natureza, mostrando como a vida e as situações cotidianas acabam moldando a essência do ser.
            Entretanto, apesar de ter um grande foco nas questões internas de cada personagem, a obra vai muito além. Em meio a sua narrativa, Mary Shelley vai discutir diversos temas que dão ainda mais riqueza pra obra, entre eles podemos ver a questão da natureza, como já mencionado; o impacto da solidão ou da família na vida de alguém; a importância da educação; a força da natureza e o desejo humano de controlá-la; orgulho e ambição; entre outras coisas.
            Para conversarmos sobre o livro e sobre todos esses temas citados, eu vou desenvolver um pouco sobre cada um dos personagens centrais, pois eles são os focos da história e da discussão.


O criador

Victor Frankenstein, nasceu em uma família amável e bem estruturada, ao entrar na faculdade, se torna um cientista obcecado pelo seu estudo envolvendo a morte e a vida. Estudando química, alquimia e todas as outras áreas que pode ajudá-lo no projeto, ele começa a fazer diversos experimentos. Mesmo lidando com diversas falhas, ele percebe que está cada vez mais próximo de descobrir como reanimar células e criar vida. Quando ele finalmente tem sucesso no experimento, criando a sua criatura, ele fica perturbado com o resultado e acaba abandonando-a por conta própria. Abalado com tudo e arrependido dos seus experimentos, ele tenta retomar sua vida para tentar esquecer da sua criação, da qual ele não teve mais notícias desde o seu nascimento. Quando algumas pessoas próximas começam a morrer, ele logo percebe que a criatura pode estar envolvida. Não aguentando mais a situação, ele parte atrás da criatura.
Bom, vamos deixar a historia um pouco de lado e vamos partir para a discussão que realmente importa. Se pudéssemos resumir o livro em uma única palavra eu creio que ela seria: natureza. As pessoas já nascem com características que vão predominar por toda sua vida ou o meio em que elas nasceram vão influenciar nas suas características? Sim, nós já discutimos isso algumas vezes nesse blog.
Mary Shelley vai desenvolver os dois lados desse questionamento por meio dos dois personagens principais. Seja pelo lado de Frankenstein seja pelo lado da criatura, o tema central de toda a discussão é a natureza dos personagens. Quando Victor começa a falar um pouco de sua história para Walton, ele diz que a curiosidade sempre foi uma forte característica sua desde pequeno, e por isso ele sempre estava atrás dos segredos do mundo. Isso pode parecer um detalhe banal, mas é uma forma o personagem justificar tudo aquilo que aconteceu. Como se sua vida fosse destinada a criar o monstro e ele não tivesse outra opção que não fosse essa, ou seja, ele é inocente, afinal tudo faz parte de sua natureza e do seu destino. Se ele não fosse curioso e certas coisas não tivessem acontecido em sua vida, ele não teria criado o monstro e desde o início as coisas seriam diferentes.
Sendo assim, todo o sofrimento causado pela criatura é total responsabilidade do próprio Victor, um carma de sua própria natureza. Isso porque ele a criou e ela já nasceu destinada a ser violenta e se vingar de seu próprio criador, não havia outra opção pra ela. Por outro lado, quando vemos a perspectiva da própria criatura, é possível perceber que as coisas não são bem assim, e que existe uma outra forma de olhar para a natureza de um individuo.


A criatura

Quando o livro passa a ser narrado pela criatura, passamos a ter uma visão mais “rousseauniana” da coisa o individuo nasce essencialmente bom, mas é corrompido pelo meio e menos determinista sou assim porque nasci assim , como Victor acredita.
A pesquisa de Victor tinha como principal ideia a criação de vida a partir de descargas elétricas. Então para testar sua tese ele coletou pedaços de pessoas mortas,  construiu um corpo e colocou as teorias em prática. Assim que o experimento ocorre e a criatura desperta, seu criador fica transtornado e abandona a criação, deixando-a por conta própria. Sem suporte e sem conhecer o mundo em que acabou de nascer, o monstro criado por Victor se vê perdido em um lugar estranho, tendo que aprender tudo por conta própria. Algo que se torna ainda mais complicado devido a sua aparência.
Após o abandono, só vamos ter notícias concretas da criatura quando Victor começa a desconfiar que ela está envolvida em um assassinato, levando o leitor a crer que ela é um monstro de fato, não apenas na aparência mas também nas atitudes. Algo que será questionado quando vemos uma conversa entre os dois.
Bom, a criatura nasceu sem nenhum suporte, toda a sua experiência se deu, de certa forma, por tentativa e erro. Ele não sabia da sua feiura até o momento em que ele entrou em contato com outras pessoas. A língua, as atitudes e os valores foram absorvidos aos poucos, enquanto ele observava aquele mundo totalmente estranho pra ele. Ele não compreendia muito bem quem ele era, porque não havia mais ninguém igual a ele, ou seja, apesar de seu tamanho e da sua aparência, a criatura pode ser comparada a um recém nascido. E isso nos diz muito sobre a questão da natureza.
Logo no início do livro, Victor vai falar que não havia pais iguais ao dele, que ele nasceu em uma família praticamente perfeita. Só, que por outro lado, a criatura, que de certo modo é filho do cientista, é abandonada e deixada por conta própria sem nenhum suporte de sua única família. Então aqui vamos ver não apenas uma critica sobre a natureza de cada um, mas também a questão da criação do indivíduo e da cobrança de que as pessoas sigam uma conduta que nunca lhes foi passada.
Sim, a criatura cometeu diversos crimes, inclusive assassinatos, mas durante a leitura fica muito claro que não foi pelo simples fato de ser má. Algo que merece ser destacado é que por um tempo, ele não tem noção de sua própria força, então ele acaba causando mais estragos do que deveria.
Um dos pontos fortes do livro, em meio a tantos outros, é a construção da criatura. É possível ir percebendo o que ela vai se tornando devido as experiências pelas quais ela passou, é como se fosse uma tela em branco, e cada uma das suas vivencias fosse desenhando um detalhe de sua personalidade. Um importante momento é quando a criatura tenta salvar uma criança que está em perigo, mas todo mundo interpreta da maneira errada, afinal ela é um monstro, e começam a agredir ela. Do mesmo modo que em determinada situação ela tenta se aproximar de uma pessoa, mas o simples fato de não parecer um humano normal, é automaticamente vista como uma ameaça.
Essas constantes situações pelas quais a criatura passa fazem com que, por mais que ela tente ser boa, em seu coração comece a surgir uma revolta. Por isso, seus crimes não são um reflexo de sua maldade, mas sim uma forma de defesa e, também, um ação contra o seu criador, uma forma de botar pra fora suas frustrações, tanto pelo seu abandono quanto por ter sido criado de uma maneira em que esteja condenado a viver sozinho, devido a repulsa que sua aparência causa nas outras pessoas. Uma forma de dizer: “Eu estou aqui, você pode me ignorar, mas vou transformar sua vida em um inferno, assim como a minha é”. E isso traz um clima bem triste e melancólico pro livro porque é perceptível a constante tentativa do protagonista de ser alguém bom, mas que em nada adianta. Diferentemente das coisas ruins, que automaticamente fazem com que ele seja notado.
Isso é bem curioso, pois nos traz de volta pra questão da natureza. Fica claro que a natureza da criatura seria totalmente diferente se o Victor não a tivesse abandonado. Apesar disso, para as outras pessoas, não iria importar se sua conduta fosse diferente, independente de ter cometido crimes ou não, já que ela sempre seria vista como a aberração, e independentemente de suas qualidades, seria taxada pela aparência.
Assim, é possível concluir que Victor criou um monstro literalmente e figurativamente. Literalmente por sua aparência e metaforicamente pelo fato de ter abandonado e não ter dado nenhum suporte necessário para que ele se adaptasse no mundo em que foi jogado, permitindo que um monstro interior nascesse devido a ausência de uma “família” assim como o próprio Victor teve na infância.


O Capitão

O primeiro personagem apresentado pela trama, o capitão Walton, pode até parece um personagem que está perdido e só serve pra dar início a toda a história do criador e da criatura, mas ele tem um papel importante pra elevar as discussões e dar um contraponto a questões levantadas na história central.
Walton compartilha de muitas características do Victor, pois assim como o cientista, ele também está consumido pelo desejo de desbravar aquilo que até então não foi descoberto. Ambos querem ser o primeiro a chegar em determinada região, cada um na sua área de especialidade, ou seja, ambos acreditam que serão responsáveis por mudar o curso da humanidade.
Por outro lado, o capitão também tem muitas características da criatura, como se a sua posição na trama fosse mostrar um meio termo entre os dois personagens centrais. Assim como a criatura, Walton é um homem solitário que deseja encontrar um amigo que compartilhe das mesmas características. Por mais que ele tenha algumas pessoas ao seu redor, ele vive nessa solidão. Em certos momentos vamos perceber que o único desejo da criatura é encontrar alguém com quem ela possa conversar e criar um vínculo, então esses dois acreditam que a vida só vai melhorar quando eles puderem compartilhar a vida com mais alguém.
Essa solidão compartilhada por Walton e a criatura acaba transformando os dois em pessoas perigosas, porque a partir do momento que não tem com quem se preocupar, eles acabam se tornando autodestrutivos. O capitão focado em sua missão, acaba tomando ações irresponsáveis, colocando sua tripulação e a si próprio em perigo. Assim como a criatura que, devido a solidão e a falta de qualquer outro objetivo, acaba colocando a sua vingança contra o criador acima do próprio eu.
Sendo assim, o capitão contribui para estender ainda mais a discussão em torno da natureza se colocando entre os dois personagens principais. Apesar dele ter esse espírito desbravador que Victor acredita ser tão determinante pro desenrolar da vida. Ele também compartilha da melancolia da criatura, dando a entender que se a situação em torno disso fosse diferente, o rumo de sua vida seria outro, e não algo determinado por uma característica que carrega consigo desde o nascimento.


Frankenstein (1931)

A não ser que você more em um outro planeta, você deve saber que a criatura de Frankenstein é um dos personagens mais conhecidos quando se trata de horror. Consequentemente, devido a sua popularidade, milhares de obras foram inspiradas no romance de Mary Shelley. Ainda hoje, praticamente 200 anos depois, ele ainda é vivo e ativo na cultura pop.
Apesar de tudo começar com o livro, grande parte da fama desse personagem se deu pelos filmes. Isso fica claro porque a criatura do imaginário popular é complemente diferente da criatura que temos na obra original. Para dar um panorama melhor sobre esse personagem tão querido (e temido), eu decidi fazer uma pequena comparação entre a obra literária e cinematográfica. Sim, existem milhares de filmes sobre o Frankenstein, mas decidi focar na clássica da Universal Studios de 1931.
Já percebemos a diferença entre os dois logo na primeira cena. O filme começa com Henry Frankenstein (sim, mudaram o nome do protagonista) e seu assistente corcunda, Fritz, no cemitério em busca de corpos para roubar e poder fazer o experimento. Paralelamente a isso, a noiva e o amigo de Henry estão preocupados com a saúde do cientista, afinal, faz tempo que ele não retorna pra casa e suas cartas estão cada vez mais estranhas, com isso eles decidem fazer uma visita, chegando no exato momento em que Frankenstein está realizando seu experimento. Certas coisas vão ocorrer e a criatura irá fugir, espalhando terror.
A primeira coisa que podemos destacar é o fato de no filme é Henry parecer um louco desde o início. O fato de ter um assistente corcunda e viver em um castelo só contribui pra gerar toda a estranheza. No livro ele parece perturbado, mas nada próximo a loucura que ele assemelha no início da adaptação. Entretanto, a maior diferença entre as duas produções diz respeito a criatura. Em ambos elas aparentam monstruosidade, causando terror a todo mundo que vê, mas a questão psicológica é completamente diferente. No livro vamos ter um desenvolvimento. Ela nasce totalmente “vazia”, mas conforme vai tendo contato com o mundo, vai aprendendo e compreendendo aquele ambiente e pessoas, podendo ler e se comunicar normalmente, já no filme a criatura parece não desenvolver o intelecto, agindo muito mais por instinto que racionalmente.
Mesmo trazendo algumas discussões do livro, o filme é muito mais simplista, pois enquanto o livro se preocupa em tratar de temas como a natureza humana e fazer um estudo de personagens, o obra de trinta e eu foca muito mais em contar uma história de horror. Um dos poucos momentos em que de fato o filme parece querer gerar uma discussão é quando o Hernry Frankenstein coloca o cérebro de um assassino em sua criatura, levantando a questão para o publico: “será que ela também está predisposta a isso?”. O próprio filme coloca elementos que levanta a questão em dúvida, como o fato da criatura ser bem agradável em alguns momentos. Mas por ser desprovido de inteligência e malícia, sua bondade pode ser compreendida de uma maneira duvidosa.
Se tratando de história e conteúdo, o livro é infinitamente melhor, entretanto o filme também é bem bacana. Mesmo sendo bem antigo, ele tem um charme bem próprio, com belos cenários de estúdio típicos da época e tudo em preto e branco que dá um clima bem legal. Então leia o original e assista a adaptação, o primeiro para refletir sobre as questões levantadas e o segundo para se divertir.

Devo eletrocutar um morto pra ver se ele vive?

Clássicos não se tornam clássicos por acaso, e Frankenstein é uma prova disso.
Mary Shelley consegue dosar sua história, tornando harmônica e interessante, sempre deixando o leitor curioso pra saber o que virá em seguida. Tem terror, suspense, perseguições, drama e, principalmente, personagens complexos que farão você refletir sobre diversos assuntos. A resenha já está grande o suficiente, a única coisa que restá falar, se é que já não está implícito, é LEIA.
 Caso você não tenha lido e tenha interesse, eu recomendo fortemente que vá atrás da edição da Darkside. Mesmo que eu não tivesse recebido em parceria (valeu caveira) eu falaria a mesma coisa porque clássicos são sempre melhores quando você lê em uma boa edição, e além de qualidade essa também tem estilo. O livro segue os padrões já conhecidos: capa dura, a fita pra marcar página, boa diagramação, etc. Também vamos ter diversos extras que tornam a leitura ainda mais rica, como prefácios e posfacio, quatro contos bem legais da Mary Shelley que tratam de temas como imortalidade e troca de corpos e, abraçando isso tudo, diversas ilustrações ao longo do livro que intensificam a experiência de leitura.

Então quero ver todo mundo indo no cemitério roubar uns cadáveres pra fazer essa experiência junto com a gente. (Brincadeira, violar tumbas é crime).

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